Pablo Picasso, 1936 - Composición con Minotauro
 
 
 
 
Pablo Picasso, Málaga, Espanha - 1881 - 1973
 
 
 
A imagem do Minotauro volta sem cessar à mente de Picasso. Nesta obra o Minotauro é dominado, lançado ao chão pela representação obsessiva da mulher, sempre dominante. A surrealistas a mulher é representada como idealisada ou fálica. Os surrealistas eram também um grupo revolucionário cuja obra  tem um senso político: eles traduzem uma força inconsciente e uma certa evolução da sociedade que prefigura a explosão da família contemporânea, quando não da sociedade em si mesma. O que está oculto é aqui colocado no primeiro plano da cena, como a própria extravagância inerente à raça humana.
 
 O apego de Picasso ao Minotauro não é de ordem formal, ainda que ele tenha o gosto da metamorfose dos corpos, nem de ordem cultural, ainda que ele adore histórias e tradições; o retorno ao mito só é interessante na medida em que revela, em parte, a motivação íntima de um homem ou mesmo de uma época. A finalidade da presença do Minotauro é admitir e fazer admitir que somos duplos: é a inevitável e necessária presença da bestialidade em nós, mesmo se ela nos choca, e a transgressão picassiana consiste em exprimir e em viver, mais ou menos serenamente, aquilo que nos assusta, mas que palpita dentro de nós, em particular no domínio sexual.
 
Fonte: (trecho) 
 
 
 
Pablo Picasso
 
 
 
MITOLOGIA
 
MINOTAURO
 
A história do Minotauro

O Minotauro tinha corpo de homem,  a cabeça de touro e garras de leão. Era uma criatura selvagem, e Minos, após receber um conselho do Oráculo de Delfos, mandou Dédalo construir um labirinto gigante para conter o Minotauro. Este foi localizado sob o palácio  de Minos em Cnossos.  Porém, ocorreu que Androceu,  filho de Minos, foi morto pelos atenienses, que invejaram suas vitórias no festival panatínaico. Ele então ordenou que sete jovens e sete damas atenienses fossem enviados anualmente para serem devorados pelo Minotauro. Quando o terceiro sacrifício veio,  Teseu voluntariou-se para ir e matar o monstro. Ariadne, filha de Minos, apaixonou-se por Teseu e o ajudou entregando-lhe uma bola de linha de costura para que ele pudesse sair do labirinto. Teseu matou o Minotauro com uma espada mágica que Ariadne havia lhe dado e liderou os outros atenienses para fora do labirinto. (Plutarco, Teseu, 15—19; Diodo. Sic. i. I6, iv. 61; Apolodoro iii. 1,15).

Minos, bravo por Teseu ter conseguido escapar, aprisionou Dédalo e o filho deste, [Icaro, no labirinto. Eles conseguiram escapar construindo dois pares de asas para si mesmos usando penas e cera de abelha para grudá-las. Ícaro ficou tão encantado que voou cada vez mais alto, chegando perto do Sol, o que fez derreter a cera e provocou sua queda mortal sobre o que hoje é o mar Egeu. 

A origem da lenda do minotauro pode estar relacionada à importância do touro no ritual minoano. Os prédios minoanos eram enfeitados com chifres de touro e as tampas das ampulhetas eram revestidas com o couro do touro. Afrescos antigos mostram jovens minoanos saltando sobre chifres de touros, como um tipo de esporte.

Algumas vezes o Minotauro é representado como um touro com torso humano ao invés da cabeça, como uma versão taurina do Centauro.

 
 
Teseu lutando contra o Minotauro
Fonte:
 
 
 
 
 
 
Créditos:
 
Fundo Musical:
Puerta de Tierra
Isaac Albénis, *1860  +1909
 
 
 
Produção:
Mario Capelluto
 
Pesquisa e Formatação:
Ida Aranha