Pablo Picasso,
Málaga, Espanha - 1881 - 1973
A imagem
do Minotauro volta sem cessar à mente de Picasso. Nesta
obra o Minotauro é dominado, lançado ao chão pela representação
obsessiva da mulher, sempre dominante. A surrealistas a mulher é
representada como idealisada ou fálica. Os surrealistas eram
também um grupo revolucionário cuja obra tem um senso político:
eles traduzem uma força inconsciente e uma certa evolução da sociedade que
prefigura a explosão da família contemporânea, quando não da
sociedade em si mesma. O que está oculto é aqui colocado no
primeiro plano da cena, como a própria extravagância inerente à raça
humana.
O apego
de Picasso ao Minotauro não é de ordem formal, ainda que ele tenha o gosto
da metamorfose dos corpos, nem de ordem cultural, ainda que ele adore
histórias e tradições; o retorno ao mito só é interessante na medida em
que revela, em parte, a motivação íntima de um homem ou mesmo de uma
época. A finalidade da presença do Minotauro é admitir e fazer admitir que
somos duplos: é a inevitável e necessária presença da bestialidade em nós,
mesmo se ela nos choca, e a transgressão picassiana consiste em exprimir e
em viver, mais ou menos serenamente, aquilo que nos assusta, mas que
palpita dentro de nós, em particular no domínio
sexual.
Fonte:
(trecho)
Pablo
Picasso
MITOLOGIA
MINOTAURO
A história do
Minotauro
O Minotauro tinha corpo de homem, a cabeça de touro e garras de leão. Era uma criatura selvagem, e Minos, após receber um conselho do Oráculo de Delfos, mandou Dédalo construir um labirinto gigante para conter o Minotauro. Este foi localizado sob o palácio de Minos em Cnossos. Porém, ocorreu que Androceu, filho de Minos, foi morto pelos atenienses, que invejaram suas vitórias no festival panatínaico. Ele então ordenou que sete jovens e sete damas atenienses fossem enviados anualmente para serem devorados pelo Minotauro. Quando o terceiro sacrifício veio, Teseu voluntariou-se para ir e matar o monstro. Ariadne, filha de Minos, apaixonou-se por Teseu e o ajudou entregando-lhe uma bola de linha de costura para que ele pudesse sair do labirinto. Teseu matou o Minotauro com uma espada mágica que Ariadne havia lhe dado e liderou os outros atenienses para fora do labirinto. (Plutarco, Teseu, 15—19; Diodo. Sic. i. I6, iv. 61; Apolodoro iii. 1,15). Minos, bravo por Teseu ter conseguido escapar, aprisionou Dédalo e o filho deste, [Icaro, no labirinto. Eles conseguiram escapar construindo dois pares de asas para si mesmos usando penas e cera de abelha para grudá-las. Ícaro ficou tão encantado que voou cada vez mais alto, chegando perto do Sol, o que fez derreter a cera e provocou sua queda mortal sobre o que hoje é o mar Egeu. A origem da lenda do minotauro pode estar relacionada à importância do touro no ritual minoano. Os prédios minoanos eram enfeitados com chifres de touro e as tampas das ampulhetas eram revestidas com o couro do touro. Afrescos antigos mostram jovens minoanos saltando sobre chifres de touros, como um tipo de esporte. Algumas vezes o Minotauro é representado como um touro com torso humano ao invés da cabeça, como uma versão taurina do Centauro. Teseu lutando
contra o Minotauro
Fonte:
Créditos:
Fundo
Musical:
Puerta de
Tierra
Isaac Albénis,
*1860 +1909
Produção:
Mario
Capelluto
Pesquisa e
Formatação:
Ida
Aranha
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