CATEDRAL DE ST. BAVO
GHENT, BÉLGICA
A Catedral de St. Bavo, em
Ghent, Bélgica, é muito citada pelo seu "Ghent Altarpiece",
originalmente na Capela de Joost Vijd. Formalmente a obra é
conhecida como "The Adoration of the Mystic Lamb", por Hubert e Jan
van Eyck. Esta obra é considerada como a
obra-prima de Van Eyck e um dos mais importantes trabalhos do início
da Renascença no norte, bem como uma das mais expressivas
obras-primas da Bélgica.
Várias das pinturas das asas foram
compradas pelo colecionador inglês Edward Solli, em Berlim, em
1816. O Rei da Prússia, Frederic William III comprou-as em 1821 e,
assim, elas permaneceram na Alemanha.
Durante a Primeira Guerra Mundial, outros painéis
foram retirados da Catedral pelos alemães. Como parte da
determinação judicial do Tratado de Versalhes (1919) depois do fim
da Guerra, a Alemanha devolveu os painéis roubados junto com os
painéis originais que tinham sido legitimamente comprados por Solli,
como parte compensatória por atos destrutivos alemães durante a
Guerra.
Os alemães ressentiram-se amargamente da perda dos
painéis e no começo de outro conflito com a Alemanha em 1940, a
Bélgica, no intuito de preservar a segurança das obras, tomou
a decisão de enviar as pinturas para o Vaticano. Os painéis
estavam na França, em trânsito para o Vaticano, quando a Itália
declarou Guerra ao lado da Alemanha. As pinturas foram guardadas num
museu em Pau enquanto durasse o conflito, já que os
representantes militares da França, Bélgica e Alemanha assinaram um
acordo que requeria o consentimento de todas as três nações para a
remoção dessa obra-prima.
Em 1942, Adolf Hitler ordenou que os painéis fossem
apreendidos e levados para a Alemanha para serem guardados num
castelo na Bavária. Quando os ataques aéreos dos Aliados tornaram o
castelo bávaro perigoso para as pinturas, elas foram removidas
para um amplo complexo de minas de sal em Altaussee, que já
abrigava outras obras de Arte.
O retábulo foi recuperado pelos
americanos no fim da Guerra e retornou à Bélgica numa cerimônia
presidida pela realeza belga no Palácio Real de Bruxelas, onde
os painéis foram montados para a divulgação. Os oficiais
franceses não foram convidados para a cerimônia, já que o Governo
Colaboracionista de Vichy tinha permitido a remoção dos painéis para
a Alemanha.