Nasci
ADELSON FILADELFO DO PRADO na cidade de Vitória da Conquista, no
interior do estado da Bahia, onde comecei a
pintar e desenhar a lápis aos 12 anos. Foi nessa época que descobri
a ARTE, lendo livros sobre grandes artistas baianos, como Carlos
Bastos e Caribé, entre tantos outros. Já nessa época, reuni vários
artistas locais para fazer uma grande coletiva de pinturas sobre
cenas da cidade e outras paisagens. Mas tive de começar a trabalhar
cedo em vários lugares para ajudar o meu pai, que, sem vocação para
nada, ganhava a vida como funcionário de lojas, padarias, enfim,
onde conseguisse emprego. Para ganhar dinheiro, eu desenhava as
capas das provas na escola, tudo muito colorido. Era a minha arte
começando a fluir.
Naquele tempo, o meu sonho era ir para
Salvador, na esperança de aprimorar a minha técnica e desbravar o
meu caminho como artista. O Rotary e o Lions Club foram as duas
instituições que me ajudaram, para grande apreensão de minha mãe,
Gemima Filadelfo do Prado. Com o coração dividido, ela não queria
que eu viajasse sozinho e pediu para minha adorada Irmã Joseni ir
para a cidade da Bahia comigo.
Ao chegar a Salvador, em
meados de 1961, fiquei deslumbrado com a capital, sem imaginar que
ela seria o cenário de tantas dificuldades que ainda estavam por
vir. A princípio, ganhava alguns trocados fazendo desenhos com
figuras baianas bastante coloridas, que vendia no cais do porto aos
turistas dos navios. Eram essas moedas que garantiam o meu sustento
e pagavam o quarto de uma república que dividia com outros
estudantes.
Mas em 1962 a vida ficou muito difícil e eu fui
trabalhar na cozinha do Grande Hotel de Salvador, localizado na Rua
Chile, onde Jorge Amado, Carlos Bastos e outros artistas tinham o
hábito de se reunir no chá da tarde. Reunindo coragem, mostrei os
meus trabalhos a Jorge, que me convidou a ir à sua casa, no Rio
Vermelho. Lá, ele não só me aconselhou, me incentivou, chegou mesmo
a dizer qual dentre meus trabalhos era o que seria o tema principal
de minha obra, mas me ajudou me dando algum dinheiro.
Na
minha pintura tive varias influências de artistas como Raimundo de
Oliveira, Djanira e Di Cavalcanti, por quem guardo enorme admiração.
Mas foi graças a Jorge Amado que encontrei o meu caminho. Comecei a
participar de algumas mostras de arte, coletivas e individuais, e me
tornei conhecido em Salvador como o artista das cores. Eu era
colorista desde aquela época.
Em 1963, participei da Bienal
Baiana, organizada por Assis Chateaubriand, que inaugurou o Museu de
Feira de Santana, no interior da Bahia, onde até hoje tenho uma obra
exposta. Nessa Bienal eu vendi um trabalho para o casal Ronaldo e
Martha Rocha.
Em 1964, ano do golpe de Estado, viajei para
São Paulo levando comigo cartas de apresentação de Jorge Amado
endereçadas a alguns críticos. Lá participei de Bienais paulistas e,
ao lado de Carmélio Cruz, Volpi, Aldemir Martins e Hercules
Barsotti, entre outros, também da criação de estamparias para o
desfile da Rhodia Modas, dirigidas por Lívio Rangan.
Em 1966
mudei para a Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro, onde já era
conhecido por meu trabalho em Salvador e São Paulo. No Rio. eu tive
a oportunidade de conhecer a jornalista Nina Chaves, do jornal 0
Globo, que me ajudaria muito. Ela e Ibrahim Sued, outro grande
jornalista, me abriram muitas portas. Aqui no Rio morei primeiro em
uma pensão no Catete, depois na rua Carlos Góes no Leblon e por fim
em Ipanema, bairro que eu amo e onde hoje é o meu
ateliê.
Em 1969 fiz algumas capas de discos para artistas,
como Taiguara, Clara Nunes e Guilherme Lamounier, e retratos de
senhoras da alta sociedade carioca, como Carmen Mayrink Veiga, Helô
Amado, Maria Bethania e outras, além de participar de exposições
individuais e coletivas, algumas vezes inaugurando
galerias.
Em 1971 fiz uma exposição em Nova York, na Itamar
Gallery, organizada por Kátia Sampaio, amante das artes, e hoje sou
citado em alguns livros de artes plásticas escritos por Roberto
Pontual, bem como no Dicionário Crítico da Pintura Brasileira, de
Roberto Teixeira Leite.
A principal característica de minha
pintura e a sua brasilidade não folclórica: Madonas com copos de
leite, São Francisco, casarios e santos em altares barrocos envoltos
de muitas cores e bastante densidade cromática. Participei de várias
exposições no Brasil, como na Marte 21 Mini Gallery, com trabalhos
em pequeno formato, e na Galeria da Praça, onde fiz parte de grandes
coletivas.
As minhas obras fazem parte de grandes coleções,
como as do Banco Bozzano Simonsen, da Supergasbrás e do Cesar Park
Hotel. Também sou autor de um grande painel no Estádio Mario Filho
(Maracanã).
Tenho várias críticas de mestres como Quirino da
Silva, de São Paulo; Genaro de Carvalho, de Salvador; Walmir Ayala,
do Rio de Janeiro; Goordon Brown, do Art News Magazine de Nova York;
Jorge Geraldo Vieira, da Academia Paulista de Arte; A. Accioly Neto,
do Rio de Janeiro; do pintor José Paulo Moreira da Fonseca; do
critico carioca Jaime Mauricio; de Jorge Amado; de Roberto Pontual;
de Geraldo Edson de Andrade e de Roberto Teixeira
Leite.
Infelizmente, hoje a crítica ignora a minha
existência. Mas eu não me preocupo com isto. Eu pinto o que quero
sem me preocupar com massas cromáticas. Adoro pintar os meus santos
e anjos e as minhas santanas, com muita imaginação e
criatividade.
Exposições: 1961 - GALERIA DO BAZAR
CAIRO, VITORIA DA CONQUISTA. BAHIA. 1964 - GALERIA MANOEL
QUIRONO, SALVADOR. 1967 - HOTEL PLAZA, SALVADOR. 1967 -
GALERIA DA PRACA, RIO DE JANEIRO. 1971 - MINI GALLERY, RIO DE
JANEIRO. 1972 - IRAMAR GALLERY, NOVA YORK. 1974 - GALERIA
QUADRANTE, RIO DE JANEIRO. 1977 - GALERIA GROSSMAN,
SALVADOR. 1978 - GALERIA BAHIART, LONDRINA, PARANA. 1978 -
GALERIA CENTRO ARTES, BRASILIA. 1979 - GALERIA MURILO BERARDO,
RECIFE. 1986 - MINI GALLERY, RIO DE JANEIRO. 1986 - GALERIA
PICASSO, CAMPOS, RJ. 1996 - FACULDADE DA CIDADE, RIO DE
JANEIRO. 1997 - PAPIRUS ESPAÇO CULTURAL, ILHÉUS, BAHIA. 1999 -
BOLSA DE ARTE, CENTRO DE EVENTOS EMPRESARIAIS. 2000 - SHOPPING
CASSINO ATLANTICO, organizada por TANIA CALDAS E SIMONE
RODRIGUES. 2001 - BELAS ARTES, GALERIA DE ARTE, BARRA,
RJ. 2002 - HOTEL INTERCONTINENTAL, RIO DE JANEIRO,
RJ.
Citações nos seguintes livros:
- BRASILEIRAS PELOS
PINTORES POPULARES, de GERALDO EDSON DE ANDRADE.
- BANCO BOZZANO
SIMONSEN, ACERVO COLLECTION 1 Vol.
- DICIONÁRIO CRÍTICO DA
PINTURA NO BRASIL, de JOSÉ ROBERTO TEIXEIRA.
- ASPECTOS DA PINTURA
BRASILEIRA, de FLAVIO DE AQUINO.
- A ARTE NAIF NO
BRASIL, de JACQUES ARDIES.
Participações em
acervos:
- MUSEU DE ARTE MODERNA
DO RIO GRANDE DO SUL.
- MUSEU DE ARTE MODERNA
DO ESPIRITO SANTO.
- MUSEU REGIONAL DE
FEIRA DE SANTANA.
- MUSEU REGIONAL DE
OLINDA.
- MUSEU DE ARTE MODERNA
DO RIO DE JANEIRO.
- SALÃO NACIONAL.
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