Abelardo da Hora
 
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Hora, Abelardo da (1924)  

Biografia

Abelardo Germano da Hora (São Lourenço da Mata, PE, 1924). Escultor, desenhista, gravador, ceramista, professor. Cursa a Faculdade de Direito de Olinda, em Pernambuco. Posteriormente, frequenta o curso livre de escultura da Escola de Belas Artes de Recife, onde é aluno de Casimiro Correia. A partir da década de 1940, realiza vários trabalhos em cerâmica para o industrial Ricardo Brennand, com temas relacionados a frutas e motivos regionais. Em 1946, participa da criação da Sociedade de Arte Moderna de Recife - SAMR, que dirige por quase dez anos. Durante a década de 1940, o artista realiza gravuras com temática social, presente também nas esculturas. Funda, juntamente com Gilvan Samico (1928), Wilton de Souza (1933), Wellington Virgolino (1929 - 1988), Ionaldo (1933 - 2002), Ivan Carneiro e Marius Lauritzen (1930) o Ateliê Coletivo, que dirige entre 1952 e 1957. Nesse período, Abelardo da Hora passa a produzir várias esculturas para praças do Recife, representando tipos populares. Durante a década de 1960, exerce várias atividades, entre as quais: diretor da Divisão de Parques e Jardins, secretário de Educação e diretor da Divisão de Artes Plásticas e Artesanato, em Recife. É o fundador do Movimento de Cultura Popular - MCP, na mesma cidade, que abrange, além das artes plásticas, música, dança e teatro. Publica, em 1962, o álbum de gravuras Meninos do Recife. Em 1986, é criado o Espaço de Esculturas Abelardo da Hora, pertencente à prefeitura de Recife.

Obra

Abelardo da Hora, a partir da década de 1940, realiza gravuras com temática social, onde se nota a influência da obra de Cândido Portinari. Já no álbum de desenhos Meninos do Recife denuncia a miséria por meio da representação de crianças esquálidas, apresentando afinidade com o realismo e o expressionismo. A mesma temática social é revelada em suas esculturas, realizadas em bronze, mármore e principalmente em cimento, material eleito por seu caráter duro e áspero, que acrescenta um grau de sofrimento às figuras.

A partir da década de 1950, o artista produz várias esculturas para praças do Recife, nas quais revela o interesse pelos tipos populares, inspirados na cerâmica artesanal, de formas arredondadas, confirmando a admiração pela obra de Portinari.

Na década de 1960 apresenta projeto de Lei que obriga a existência de obras de arte na cidade do Recife, tornando a capital pernambucana um grande centro de exposição ao ar-livre, e se dedica paralelamente à política, através do partido comunista, onde chega a secretário de cultura das prefeituras de Pelópidas da Silveira e Miguel Arraes de Alencar. Na arte continua produzindo peças onde a temática social permanece, fato que estaria evidente em trabalhos bem posteriores, como em Desamparados e Água para o Morro (ambos de 1974).

A partir da década de 1970, época que teve seus direitos políticos cassados por ter sido integrante do Partido Comunista Brasileiro, o artista começa a explorar com maior vigor a sensualidade, criando uma série de mulheres em concreto armado, encerado e polido intitulada de "mulher objeto de repouso". Voluptuosas, as mulheres esculpidas pelo artista nesta fase se caracterizam pelo seu traçado sinuoso e extrema originalidade nas soluções de volumetria e forma. O vigor expressionista do início da carreira ainda permanece no leve exagero das proporções de seios, mãos e coxas destas esculturas.

Abelardo da Hora possui importante papel na renovação do panorama artístico pernambucano, integrando, em 1946, a Sociedade de Arte Moderna do Recife, com o propósito de criar um amplo movimento cultural, abrangendo as áreas de educação, cultura, artes plásticas, teatro e música. A partir desta associação, é criado em 1952 o Ateliê Coletivo, uma oficina que ministrava cursos de desenho, da qual participaram nomes representativos em Pernambuco, como Gilvan Samico (1928) , José Cláudio (1932) e Aloísio Magalhães (1927-1982), entre outros.

Em 2005 funda-se o Instituto Abelardo da Hora, com o objetivo de preservar sua obra e manter o acervo do artista disponível ao público, além de promover a cultura a todas as camadas sociais, bandeira levada à frente pelo próprio Abelardo da Hora.

Em 2008 inaugura uma série de obras no Recife, onde se destaca o monumento aos retirantes, no parque Dona Lindu em Boa Viagem, o monumento ao Maracatu nas proximidades do Forte das 5 pontas e o monumento ao Frevo, na Rua da Aurora.

 

Fontes:

 Itaú Cultural - Wikipédia

Fundo musical:

 

Ciranda da Rosa Vermelha

Chiquinha Gonzaga

 

 

 Produção:

 

Mario Capelluto

sabercultural@sabercultural.com

 

http://www.sabercultural.org